Muitos de nós temos o desejo de mudar nossos hábitos. Mas poucos são capazes de transformar esse desejo em mudanças tangíveis. Talvez você esteja vivenciando isto hoje. Há algo em sua vida ou comportamento que você gostaria de ajustar, mas você não consegue entender por que não está conseguindo. O primeiro passo é se perguntar por que exatamente você quer mudar esse hábito.
De onde vem a motivação? Você leu algum artigo que te fez sentir vergonha da quantidade de tempo que passa no celular, da sua inatividade ou da sua propensão para a procrastinação? Seu cônjuge, seu médico ou seu amigo estão pressionando você a fazer uma mudança? Ou o desejo de transformação vem de dentro de si mesmo? Receber bons conselhos é uma habilidade importante para a vida, mas a mudança bem-sucedida geralmente emerge da aspiração interna, não da pressão externa.
Mesmo quando essa pressão vem com a melhor das intenções, pode ser difícil decretar mudanças de fora, porque elas não estão conectadas aos nossos próprios valores, mas sim aos sistemas de valores dos outros. Metas que são impulsionadas pelo que outras pessoas querem de nós – ou pela vergonha de não corresponder às expectativas delas – raramente essas metas levam a mudanças de hábitos sustentáveis.
Ao se perguntar por que você quer fazer uma mudança, você será capaz de descobrir se é um objetivo “tem que” (algo que os outros estão pressionando você a fazer) ou um objetivo “quer” (algo que você quer para si mesmo).
Um objetivo de “querer” fará com que você se sinta motivado. Mas um “tenho que” pode se tornar um “querer” se você encontrar uma maneira de conectá-lo aos seus valores. Talvez você não tenha se inspirado a ir à academia por um amigo que está incomodando você sobre se juntar a ele para correr uma meia maratona. Cruzar a linha de chegada no final de uma corrida não é algo com o qual você se importa.
Talvez, porém, seja importante para você se manter saudável e móvel à medida que seus filhos e netos crescem. De repente, o mesmo hábito (exercício) se torna mais atraente porque está conectado aos seus valores, não aos de outra pessoa.
Enquanto estamos no assunto de hábitos, aqui está um pequeno aviso sobre visualizações positivas. Livros e artigos de psicologia muitas vezes apregoam o poder de visualizar seus objetivos. Se você imaginar o sucesso, diz a teoria, é mais provável que você o alcance.
Por mais agradável que esse método pareça, pesquisas sugerem que entregar-se a muita visualização positiva pode realmente torná-lo menos propenso a ter sucesso. É quase como se seu cérebro fosse enganado a sentir que você já se esforçou e alcançou o objetivo. Em vez de inspirá-lo a seguir em frente, o ato de visualizar pode realmente diminuir sua motivação.
Então, como podemos nos motivar?
A chave aqui é o equilíbrio. Pense no futuro que você quer para si mesmo e pense no processo de chegar lá. Imagine o quão grande você se sentirá quando alcançar seu objetivo e considere os obstáculos entre aqui e ali. Não se contente com devaneios. Faça um plano, listando as etapas que o levarão aonde você quer estar.
Resumindo: seja realista sobre o que você precisará para fazer a mudança. Trace as especificidades. Anime-se para a jornada.
Psicóloga
Lidiane Lopes de Albuquerque
@totally.adhd
